quarta-feira, 8 de abril de 2009

che


che-parte 1-o argentino.

não estou aqui pra chutar defunto.
sobretudo o defunto de ernesto guevara.
achei o filme muito fiel ao relato histórico. bem pode ser que não tenha sido lançado em boa hora, porque o Obama é um conquistador barato que seduziu até a Miriam Leitão.
ou seja...temos um ícone-pop na política, e ele usa terno, gravata, é esbelto, simpático, negro, e líder do páis contra quem Guevara lutava.
saca?
mal lançado pacas. se fosse nos últimos meses do Bush, a bilheteria seria outra.
santoro tá lá.
anyway, pro fds com uns trocados no pocket da calça, vale sim ir ver, pelo menos pra você lembrar dos tempos de diretório acadêmico.

Abaixo, crítica da Veja. Achei um esculacho. Mas, enfim. A Veja é uma baixaria só. Ademais, o dinheiro é teu, você vê o filme a Veja gostando ou não. Chupa essa manga.

"Depois de Diários de Motocicleta, mais um filme se dedica – e "dedicar-se", aqui, não é força de expressão – a romantizar Che Guevara e reforçar o mito do revolucionário que se martirizou em prol da justiça para os oprimidos. Na primeira parte de Che (Estados Unidos/ Espanha/ França, 2008), que estreia nesta sexta-feira no país, o argentino Guevara, interpretado por Benicio Del Toro, conhece Fidel Castro, junta-se à luta armada liderada por ele em Cuba e passa dois anos na selva da ilha, transformando camponeses em guerrilheiros, galgando a hierarquia do movimento e trabalhando incansavelmente pela revolução, sem se deixar abater pelos recursos escassos nem pelos graves ataques de asma. Às vezes manifesta sua inflexibilidade ou ordena a execução de algum traidor ou desertor. O filme do diretor Steven Soderbergh, de Traffic e Onze Homens e Um Segredo, termina às vésperas da entrada na capital, Havana, e da vitória; a segunda parte, que ainda não tem data de lançamento aqui, retoma a trajetória de Guevara vários anos mais tarde, já na Bolívia, onde sua tentativa de organizar uma revolta campesina fracassou e ele foi assassinado pelo Exército boliviano. Entre as duas partes de Che há uma elipse e tanto: justamente os anos do poder, sobre os quais seria preciso mencionar a atuação catastrófica de Guevara como ministro da Indústria e presidente do Banco Nacional e as centenas de execuções que determinou enquanto diretor da prisão de La Cabaña. (Del Toro, que foi a Cuba conhecer muitos correligionários de Guevara mas esqueceu de ouvir seus críticos, aparentemente teve notícia dos assassinatos pela primeira vez durante uma entrevista a uma furiosa repórter de uma TV de Miami, cidade lotada de refugiados cubanos que têm pouca paciência para com as tentativas de santificação do "Comandante".)
Soderbergh ilustra bem o método pelo qual o mito de Guevara segue sendo reiterado em certos círculos – método que envolve alguma habilidade e um tanto de safadeza. Che respalda suas omissões numa estrutura dramática que trata do "sonho" revolucionário, e assim fica livre para descartar a crescente atrocidade de Guevara e o barbarismo em que cairiam os movimentos sociais que adotaram a luta armada. Mas, como o diretor permite uma ou outra espiadela nos pés de barro do santo, pode fingir-se de íntegro e voltar as acusações sobre Guevara contra quem as faz. Soderbergh assim descartou as objeções dos que ele define como "anti-Che": "Qualquer quantidade de barbaridades que incluíssemos no filme não bastaria para satisfazê-los". Por essa inversão, quem tem sede de sangue são os detratores de seu personagem – e não o próprio personagem. Uma manobra ágil, e perfeitamente desonesta."

Isabela Boscov, Veja on line, http://veja.abril.com.br/250309/p_137.shtml

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